terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os Caminhos de Mandela - Lições de vida, amor e coragem

Richard Stengel, editor-executivo da revista Time, por quase três anos acompanhou Nelson Mandela diariamente, colaborando com o líder sul africano em sua autobiografia.
Viajou inúmera vezes com Mandela, jantaram, ajudou a fazer o nó de suas gravatas, esteve com Mandela em suas caminhadas matinais, acompanhou-o durante a campanha presidencial e com essas experiências passou a conhecer suas diversas facetas.
Tornou-se com o tempo um amigo querido de Mandela como também foi conquistado em seus sentimentos pelo homem fantástico que descobriu no líder. Após esses contatos e a amizade que se estabeleceu entre eles, Richard Stengel além da autobiografia produziu um documentário denominado Mandela, que foi indicado para o Oscar em 1996. Posteriormente este livro


Aqui, o autor não tem a intenção de apresentar mais uma biografia do ex-presidente sul africano, mas transcrever momentos de sua história marcados pelos sentimentos que envolviam o cidadão Nelson Mandela em cada decisão que tomou, em cada comportamento que teve diante das diversas situações conflitantes que vivenciou.
A todo instante Stengel deixa claro sua admiração por Mandela que foi crescendo a cada dia de permanência juntos.
As experiência foram muitas e Stengel selecionou momentos marcantes com particularidades pessoais e íntimas de Nelson Mandela.
Encontramos o menino que aos nove anos, órfão de pai, foi enviado para a vila real chamada Mqhekezweni para ser criado por Jongintaba, o rei do povo Thembu. O rei desejava preparar o jovem Nelson para se tornar conselheiro do filho, quando este se tornasse rei.
Encontramos Nelson aos dezesseis anos preparando-se para o ritual de circuncisão que além de ser um rito de passagem era um teste público de coragem.
Alguns relatos da fase adulta de Mandela foram extraídos do diário inédito do ex-militante político e mais tarde presidente da África do Sul, sempre mostrando a carga de sentimentos nutridos por Nelson Mandela.
Ficou bem claro na história o quanto os vinte e sete anos de prisão foram significativos na vida de Mandela conduzindo-o a uma profunda alteração de comportamento diante das dificuldades da vida mostrando um amadurecimento extrema, moldando-o para o significativo trabalho a ser desenvolvido posteriormente ao fim do regime Apartheid quando foi eleito o primeiro presidente em eleições livres na África do Sul.
Percebemos como que as pessoas com quem Mandela conviveu na intimidade ou na vida pública, como prisioneiro ou como homem livre, tiveram papel significativo em sua vida e o que aprendeu com cada uma.
Também entre Nelson e Richard cresceu uma amizade. Esses anos juntos foram para que Stengel conhecesse mais intimamente o presidente sul africano, entendendo a personalidade desse homem extraordinário que o autor chama de "o último herói puro do planeta".
O prefácio, do próprio Nelson Mandela, de novembro de 2008, explica o termo africano ubuntu - que significa o sentimento profundo de que somos humanos somente por intermédio da humanidade dos outros, ou seja, estamos interligados e qualquer coisa que façamos estará diretamente vinculado à realização do outro.
Mandela explica isso para falar da capacidade perceptiva de Stengel que facilmente compreendeu esse conceito e produziu suas obras como consequência ao vivido e realizado anteriormente por Nelson Mandela bem como todos os sul africanos envolvidos na luta pela liberdade na África do Sul.
Vale a pena conferir o pensamento de Stengel sobre esse homem que é uma das figuras mais significativas do século XX e porque não dizer da história humanidade.

STENGEL, Richard. Os Caminhos de Mandela, lições de vida, amor e coragem.Tradução de Douglas Kim: Editora Globo, 1ªed.2010.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O AZUL DA POESIA - LUIZ LOPEZ


Na sexta-feira dia 18 de novembro, aconteceu a noite de autógrafos do professor, artísta plástico e autor Luiz Lopez que apresentou aos educadores, crianças, jovens, pais enfim à sociedade cataguasense seu mais recente livro: O AZUL DA POESIA.
Luiz Lopez é mais conhecido na região, no Rio de Janeiro e São Paulo como artísta plástico em função das inúmeras exposições coletivas e individuais das quais participou.
Em 1999 ele lançou o livro A árvore-gente, que esgotou e o autor pensa em realizar nova edição.
Nesse momento ele nos brinda com O AZUL DA POESIA que além de poemas de extrema sensibilidade nos oferece lindas ilustrações de colorido intenso induzido o leitor a um estado de alegria.

O evento aconteceu na Casa da Leitura, na Chácara Dona Catarina com a presença de amigos, colegas de trabalho, familiares, estudantes e políticos.

Luiz Lopez autografando e conversando com uma estudante do curso de Pedagogia.

Autografando para o amigo e também autor Ronaldo Werneck.

AMOR INFANTIL
À professora Virgínia Aparecida de melo Bastos Silveira

o seu
olhar passeava
tonto... planava tanto
tanto no céu dos meus olh
os voava com uma vonta
de tão grande tão
grande
vontade de fome vontade pedinte
vontade de grito vontade de
barcos e de cores vontade de
ciranda vontade de flores
vontade de música nas manhãs
vontade de dançar nas tardes
vontade doida de colher o luar
vontade de garimpar estrelas

com tamanha vontade assim
não resisti... não aguentei
saí de mãos dadas com vo
cê e fomos tomar sorvete
sentados em silêncio
no banco da praça
felizes felizes
como se a
vida fosse
feita só
pra n
ós d
ois

Cada poema do livro foi dedicado a um professor ou professora que ao longo desses anos conviveu e ou convive com Luiz Lopez nos corredores, salas de professores, nas escolas por onde estão suas marcas.
Luiz convidou estudantes para declamar alguns dos poemas do livro o que transformou a noite num belo sarau.

Estudantes do curso de Pedagogia declamando para o público presente acompanhadas do som melodioso do violão da professora Paula Todesco.

A E.M.Profª Carmelita Guimarães esteve presente nessa noite poética através de seus jovens contadores de histórias que declamaram.

POEMAS ANIMAIS
À professora Letícia Malvina de Fátima Gonçalves Couto

1- VAGA-LUME

Na noite escura
um vaga-lume
vaga rua
vaga lua
vaga luz
vaga lux
vaga mundo
vaga bundo
vaga fundo

Na noite escura
um vaga-lume deu à luz
uma estrela cadente

2 - BRONCA DE TUCANO

Nosso bico é lindo
Nosso bico é uma curtição
Nosso bico é o maior do mundo ...
Mas é ruim pra burro
principalmente pra beijar

3- AMOR DE PORCO

Espia o amor de porco-espinho:
- Cuidado, bem!
não me aperta com força tal
senão nos espetamos
e acabamos no hospital

Luiz Lopez fazendo os agradecimentos inclusive ao vereador Vanderlei Pequeno criador da Lei Ascânio Lopes que patrocinou a edição desse livro.

Nós agradecemos a Luiz Lopez pelas belezas que nos proporciona através de sua arte seja nos livros ou nas telas. Com certeza O AZUL DA POESIA nos levará de volta ao passado ou nos conduzirá ao futuro num mundo só nosso de magia e encantamento.

O AZUL DA POESIA
Pedidos através de luizlopez@yahoo.com.br
Obra beneficiada pela Lei Ascânio Lopes de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, Esportes e turismo da Prefeitura Municipal de Cataguases - 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Veludosas vozes do Cisne negro

Este é o título de um capítulo do livro POESIA E PRECONCEITO - O preconceito 'nebula' a poesia e a vida de Cruz e Sousa da professora Maria Aparecida Filipe Ferreira (Cida).
O livro é o resultado de longa pesquisa sobre a vida e obra do poeta de Florianópolis João da Cruz e Sousa. Maria Aparecida mostra nessa pesquisa o quanto a vida de Cruz e Sousa em todos os aspectos se viu prejudicada e extremamente sofrida, em função do preconceito racial que imperava no Brasil do século XIX.
De acordo com o professor Joaquim Branco, o interesse de Maria Aparecida pelo poeta aconteceu desde a primeira aula em que a obra e vida de Cruz e Sousa foi assunto analisado pela turma de Letras. Após a aula Cida o procurou para dizer que Cruz e Sousa seria o escolhido para a monografia de final de curso. E Cida manteve seu primeiro pensamento e fala; o livro está aqui para refletirmos junto com a autora sobre esse poeta que é considerado por Roger Bastide um dos três maiores simbolistas da literatura universal; os outros são: Stefan George (alemão) e Mallarmé (francês).

Maria Aparecida apresentando a trajetória de vida do poeta Cruz e Sousa à plateia presente composta por amigos, familiares, filhos, esposo, estudantes do curso de História e cidadãos cataguasenses engajados na luta pela valorização do negro em nossa sociedade.
O lançamento do livro fez parte da Semana da Consciência Negra quando vários eventos estão acontecendo em nossa cidade neste final de semana.
Após a exposição de Cida ouvimos um poema de Cruz e Sousa na voz de Elizete uma das mulheres atuantes nessa luta.

Também tivemos nessa noite a oportunidade de vermos o APNs - Agentes da Pastoral Negros de Cataguases com uma belíssima apresentação de dança.



O grupo de canto e dança APNs é formado por adolescentes e jovens moradores dos bairros São Vicente, Justino e Vila Reis em Cataguases; abrilhantaram a noite de autógrafos da Maria Aparecida F. Ferreira.

VELUDOSAS VOZES DO CISNE NEGRO

Cruz e sousa é o poeta mais importante do Simbolismo no Brasil, embora tenha sofrido muito preconceito e não tenha sido reconhecido por nossos nomes das letras nacionais, inclusive por Machado de Assis. O que se observará neste estudo é toda uma luta de uma pessoa inteligente, íntegra e sonhadora, e que se vê tolhida nos seus mais recônditos anseios, chegando mesmo a ser perseguido em seus projetos pelo simples fato de ser negra, ainda que as veludosas vozes tivessem feito de seus poemas a música de tonalidade mais expressiva de sua época.
Ao estudar a obra Cruz e Sousa e o movimento simbolista no Brasil de Abelardo F. Montenegro, observa-se uma série de equívocos por parte de alguns críticos em relação às obras do poeta, assim como o carinho e o reconhecimento por parte de outros.
Por volta de 1885, a poesia de Cruz e Souza sofria as maiores restrições da parte de críticos preconceituosos e havia aqueles que procuravam, como diziam, colocá-lo em seu devido lugar...

Os escritores franceses, precursores desse novo estilo literário, buscavam uma poesia pura, provinda do espírito irracional e que se opunha a toda a interpretação lógica. Não se escrevia para o leitor entender, e sim para ele sentir. Essa viagem pelo mundo invisível e impalpável do ser humano leva a uma valorização do interior do "eu" lírico. É uma introspecção à procura da transcendência. A poesia simbolista representa o culto pelo mistério, a identificação com a noite e uma relação de intimidade com a dor, expressando o que há de mais profundo no poeta.

Este estudo buscou mostrar a trajetória de um homem que não temia os obstáculos, antes os enfrentava como um guerreiro. Um sonhador, que, por acreditar em um mundo mais justo, por ousar construir esse mundo, foi "emparedado" pela incompreensão e pela hostilidade daqueles que, de tão pequenos, não o alcançaram.
E tudo isso pode ser visto ou entrevisto em sua poesia.
Maria Aparecida Filipe Ferreira.

POESIA E PRECONCEITO - O preconceito 'nebula' a poesia e a vida de Cruz e Sousa
FUNCEC - Fundação Comunitária Educacional de Cataguases
Pedidos através de aparecidafilipe@yahoo.com.br
Obra beneficiada pela Lei Ascânio Lopes de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo da Prefeitura Municipal de Cataguases - 2011

Não posso deixar de citar o delicioso coquetel regado a comidas típicas do interior mineiro: broas e bolos caseiros, frutas diversas, mandioca frita, torresmo, batata doce... Tudo muito saboroso.
Parabéns ao José Otoni e equipe organizadora.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Elisa Lucinda na 2ª noite da FELICA

Na noite de 10 de novembro, a FELICA apresentou no palco da Casa de Cultura Simão, a escritora e atriz Elisa Lucinda.
Essa foi a noite que mais deu ibope, então não era apenas a escritora mas também a atriz, que a Rede Globo às vezes tem em seu quadro de atrizes.

Elisa Lucinda conversou sobre algumas questões sociais, fez comédia deixando a plateia muito a vontade, ensinou a aplaudir com glamour após suas falas. Todos entraram na brincadeira.
Também leu alguns textos próprios apresentando seus livros.
Elisa declamou com a alma emocionando a plateia. Foi um show fantástico.
Concluiu sua fala com o famoso texto próprio Só de Sacanagem.

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Tudo isso que está aí no ar,
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro,
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro
Que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós,
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis
Existem para aperfeiçoar o aprendiz,
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
Venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro,
A luz é simples,
Regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó
E os justos que os precederam:
"Não roubarás",
"Devolva o lápis do coleguinha",
"Esse apontador não é seu, minha filha".
Pois bem, se mexeram comigo,
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear:
Mais honesta ainda eu vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão:
“Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba”
E eu vou dizer:
Não importa, será esse o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre,
Ético e o escambau.
Dirão:
"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram?
IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo
Mas, se a gente quiser,
Vai dar para mudar o final!

Em seguida Elisa Lucinda deu autógrafos e conversou com os fãs. Foi uma noite alegre e a FELICA não acabou, o que é melhor ainda.

sábado, 12 de novembro de 2011

Roseana Murray na FELICA 2011 em Cataguases

Na última quinta-feira dia 10 de novembro, nossa cidade recebeu novamente a autora Roseana Murray através do Festival Literário de Cataguases-FELICA/2011.
O encontro com a autora aconteceu na Casa da Leitura, na Chácara Dona Catarina.
Roseana era aguardada por estudantes, professoras e fãs. Para esperar sua chegada algumas pessoas declamaram alguns poemas dela e contaram suas histórias.

A professora, atriz e diretora de teatro Jaqueline Gouvea foi uma das contadoras de histórias da tarde.

As jovens Camila e Clara, declamando poemas de Roseana Murray.

Logo que Roseana chegou, sem nem mesmo deixar que ela se aproximasse mais de seu público, um repórter da TV Panorama invadiu o espaço cultural para fazer seu trabalho. Eu fiquei por uns momentos sem saber quem era a estrela da tarde: se a Panorama ou a Rosena Murray; tamanha a penetração desrespeitosa dos profissionais da TV com a autora e seu público.
Isso comprovou a fala de Roseana no poema Máquinas quando ela diz:

Agora todos falam
a língua das máquinas.
A TV faz de conta
que o mundo é dela,
é sempre igual,
é o que cabe
dentro dela.

Timidamente eu discordo,
penso que o mundo
é um acorde imenso
de imensas geografias
e diferenças.

Nenhum homem é igual
a outro homem.
E só por esse mistério
a vida
já vale a pena.

Mas Roseana Murray é Roseana Murray, brilhou e brilhou.

Roseana declamando para nós.

Roseana fazendo dinâmicas de leitura com s crianças e jovens.

Estudantes de Pedagogia da FIC-UNIS de Cataguases e crianças delamando junto com Roseana Murray.

Temporal

Na tarde lenta
nuvens se amontoam
no céu
como gado na porteira.
De repente,
o mundo despenca
lá de cima,
líquido.

O vento vira
demônio no terreiro.
O aguaceiro
faz do campo
um oceano.

Depois da chuva,
num coral todo verde,
as árvores agradecem.

Os poemas aqui apresentados estão no livro Paisagens, da editora Lê.
Valeu Geraldo organizador do FELICA; obrigada Roseana Murray.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Encontro com Maria Sóter Vargas- FELICA/2011

FELICA- Festival Literário de Cataguases, teve início hoje a tarde na Biblioteca Ascânio Lopes na Casa da Leitura, localizada na Chácara Dona Catarina.
O primeiro encontro foi com a autora Maria Sóter Vargas que apresentou seu livro Pira-Poré e o rio às crianças das escolas Equipe e José Esteves.

No livro Maria Vargas conta as brincadeiras de um índio curumim nas margens do Rio São Francisco. Vamos ler para conversarmos mais sobre a história?
Na oportunidade levei comigo alguns jovens estudantes da E.M.Profª Carmelita Guimarães que estão iniciando na arte de contação de histórias para conhecerem a autora e ouví-la.

Na ordem somos: Clara, Mateus, Maria, Camila e eu. Foi uma oportunidade valiosa para nós; ainda poderemos vir a ter outros momentos especiais e de aprendizagem com a autora que agora reside em Cataguases.

A autora contando histórias para as crianças presentes que representaram o Colégio Equipe e a E.M.Prefeito José Esteves.
Também houve sorteio de alguns livros para a meninada.

Uma das ganhadoras do livro, do Colégio Equipe.

No final do encontro a autora Maria Vargas agradeceu ao curador literário do FELICA Geraldo Filho, a oportunidade de apresentar Pira-Poré e o rio ao público infantil cataguasense e nos informou que está trabalhando no próximo livro.

Após toda a movimentação das crianças pedindo autógrafos, foi possível conversarmos tranquilamente com a autora. Aproveitei para falar de nossos trabalhos como contadores de histórias de nossa escola(Profª Carmelita Guimarães).

Amanhã teremos Roseana Murray.

sábado, 29 de outubro de 2011

29 de outubro: Dia Nacional do livro, comemorando com Preconceito linguístico de Marcos Bagno

Concluí recentemente a leitura desse livro interessantíssimo que está mexendo comigo. É a 52ª edição em outubro de 2009 com alguns acréscimos que Marcos Bagno fez em relação às edições anteriores mostrando que a obra sendo produto de suas pesquisas é dinâmica, estando portanto em construção.

Marcos é um defensor da valorização da língua falada pela população e de sua incorporação à gramática. Sustenta esse pensamento baseado em três afirmativas a saber:
  1. Só existe língua se houver seres humanos que a falem.
  2. Tratar da língua é tratar de um tema político.
  3. A gramática não é a língua .
Na primeira parte do livro ele trabalha com "A mitologia do preconceito linguístico", apresentando as mais variadas formas de preconceito na sociedade brasileira e aponta um tipo que não chega a ser percebido e é alimentado por vários setores da sociedade tais como a mídia e as editoras, refere-se ao preconceito em relação às línguas minoritárias no Brasil que de acordo com pesquisas chegam a mais de duzentas em todo o país.
Segundo Marcos, na ausência de uma política linguítica oficial devidamente planejada e fundamentada para combater esse tipo de preconceito, outra, opressora, ocupa esse espaço estabelecendo regras que menosprezam o cidadão brasileiro.
São 08 os mitos do preconceito linguístico:
  1. O português do Brasil apresenta unidade surpreendente.
  2. Brasileiro não sabe português/Só em Portugal se fala o português.
  3. Português é muito difícil.
  4. As pessoas sem instrução falam tudo errado.
  5. O lugar onde melhor se fala português no Brasil é no Maranhão.
  6. O certo é falar assim porque se escreve assim.
  7. É preciso saber gramática para falar e escrever bem.
  8. O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social.
Opondo-se a essas afirmativas presentes na sociedade brasileira Bagno desenvolve o assunto de forma instigante e nos fazendo refletir sobre questões que nunca pensamos ou que se em algum momento nos alertamos para elas, não concluimos nossas reflexões por falta do respaldo de autores e professores sobre a questão.
Marcos crítica editoras, as mídias e professores que utilizando-se de jornais, revistas e televisão sustentam para a população brasileira os oito mitos do preconceito linguístico menosprezando outras formas do brasileiro falar o português.
Nos fala Bagno, da existência de um círculo vicioso que sustenta o preconceito linguístico sendo um deles denominado pelo autor de Comandos Paragramaticais a saber:
  • livros
  • manuais de redação de empresas jornalísticas
  • programas de rádio e de televisão
  • colunas de jornal e de revista
  • CD-ROMS e outros mais...
Para ele essas manifestações perpetuam as velhas noções de que "brasileiro não sabe português".
Na última parte do livro Marcos Bagno propõe a desconstrução do preconceito linguístico através de alguns questionamentos e passos a serem desenvolvidos pelos professores, que são:
  • Mudança de atitude;
  • O que é ensinar português?
  • O que é erro?
  • Então vale tudo?
  • A paranoia ortográfica.
Marcos propõe a todo momento que os professores pesquisem no campo da linguística para fundamentarem-se contra o preconceito linguístico pois essa será uma luta árdua.
O autor conclui o livro com um anexo que foi uma carta, resposta sua à revista Veja, de nº 1725, de novembro de 2001, quando foi publicada uma reportagem entitulada "Falar e escrever bem, eis a questão", assinada por João Gabriel de Lima. O texto continha absurdos, distorções e acusações grosseiras que deixaram estarrecidos professores e linguístas.
Marcos nessa carta dirige-se ao editor da revista criticando duramente as inverdades ali apresentadas em relação ao suposto mal uso que os brasileiros fazem da língua portuguesa, acusando abertamente professores conservadores, que ele considera ignorantes em relação à linguística, que usam a mídia para criticar os linguítas e suas propostas modernas e avançadas de se trabalhar a gramática e a língua nas escolas, palavras dos ditos professores.
Vale a pena ler e procurar penetrar as reflexões que Marcos Bagno propõe não só aos professores como a toda a população brasileira.

Bagno, Marcos. Preconceito linguístico o que é, como se faz. 52ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.

sábado, 27 de agosto de 2011

AMAZÔNIA - Um caminho para o sonho


Conheci hoje o blog da autora Marli Carmen Jachnkee; ele é bonito e divulga seu primeiro livro com o título AMAZÔNIA - Um caminho para o sonho. É bem interessante a trajetória da autora, vale a pena visitá-lo para conhecer um pouco sobre ela e sua produção literária.
Vale lembrar que Marli está sorteando um livro entre os visitantes do blog. Já deixei meu recadinho para ela. Estou curiosa e desejando sucesso para Marli.

O endereço de seu blog é: http://amazoniaumcaminhoparaosonho.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lançamento do livro Eu nao sei de qual África veio o meu bisavô!

No último sábado dia 04, estive no lançamento do livro EU NÃO SEI DE QUAL ÁFRICA VEIO MEU BISAVÔ!


O autor é o cataguasense Tadeu Costa que fixou sua residência na cidade de São Paulo a mais de trinta anos. Ao vê-lo lembrei-me de nossa juventude na Escola Estadual Manoel Inácio Peixoto mais conhecida como Colégio Cataguases. Há muito tempo não nos encontrávamos. Foi muito agradável esse reencontro.
Tadeu conta às crianças lembranças de sua família através de Clara, uma menina muito simpática.
A ilustração, muito bonita, é do próprio Tadeu. Vale a pena dar de presente para nossas crianças.


Lembrando que o autógrafo é muito original, um baobá, árvore nativa da África, formando a genealogia do leitor.
O livro está a venda na Livraria Cultura, na Av. Astolfo Dutra, nº 25, loja 05, em frente ao Hotel Beville.
Boa leitura!

Ficha técnica

Título: Eu não sei de qual África veio o meu bisavô!
Autor: Tadeu Costa
Editora: Lazuli editora - Companhia Editora Nacional
Capa: Tadeu Costa
1ª edição



quarta-feira, 1 de junho de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Napi, os homens e os animais.

No início do mundo nasceu o Sol, e depois dele surgiu Napi, o Criador, o guardião da vida. Um dia Napi descansava perto de uma fonte. Olhou para a terra úmida e teve uma idéia: pensou que seria divertido moldar pequenas criaturas de argila. Primeiro modelou um animalzinho. Gostou dele e continuou a criar, e fez aparecer todos os animais que até hoje vivem na face da Terra. Quando terminou, deu a cada animal um lugar para habitar. Por último moldou o homem e lhe disse:
-Você deve viver na floresta, é o melhor lugar para você. Depois fechou os olhos e tentou descansar. Mas não conseguiu.
Poucas horas mais tarde os animais voltaram para reclamar. Ninguém estava feliz. O touro parecia furioso:
- Não posso viver na montanha Napi, Preciso de pasto.

O antílope também estava aborrecido:

- Napi, não posso viver no pântano, meu sonho, é correr pelos campos!

Até mesmo o sensato camelo tinha uma queixa:

- Napi, detestei o deserto! Será que você não pode me mudar de lugar?

O homem então não parava de reclamar. Queria viver viajando, queria conhecer todos os lugares. Era muito curioso para ficar só na floresta. Napi suspirou e respondeu:

- Minhas queridas criaturas, vou lhes dar outros territórios! Calma! E depois disse:

- Touro, vá para os pastos. – E para o antílope disse:

- Vá para a savana correr com liberdade. – E, finalmente para o camelo disse:

- Vá para perto de um oásis, onde o ar é fresco.
E quando chegou o homem, Napi lhe sugeriu diversos lugares para morar, mas o homem nunca ficava contente. Até que o guardião da vida se cansou e disse apenas:
- Você é mesmo impossível, meu filho! Tudo bem, vá para onde quiser!

É por isso que todos os animais tem seus territórios preferidos, mas o homem, essa criatura sempre insatisfeita, espalhou-se pelas montanhas, florestas, rios e mares, e até hoje continua procurando novos lugares para morar.
Folclore Africano
Fonte: WWW.esnips.com
Imagem: http://br.olhares.com/o_homem_do_bone_vermelho_foto117932.html