Concluí recentemente a leitura desse livro interessantíssimo que está mexendo comigo. É a 52ª edição em outubro de 2009 com alguns acréscimos que Marcos Bagno fez em relação às edições anteriores mostrando que a obra sendo produto de suas pesquisas é dinâmica, estando portanto em construção.
Marcos é um defensor da valorização da língua falada pela população e de sua incorporação à gramática. Sustenta esse pensamento baseado em três afirmativas a saber:
- Só existe língua se houver seres humanos que a falem.
- Tratar da língua é tratar de um tema político.
- A gramática não é a língua .
Na primeira parte do livro ele trabalha com "A mitologia do preconceito linguístico", apresentando as mais variadas formas de preconceito na sociedade brasileira e aponta um tipo que não chega a ser percebido e é alimentado por vários setores da sociedade tais como a mídia e as editoras, refere-se ao preconceito em relação às línguas minoritárias no Brasil que de acordo com pesquisas chegam a mais de duzentas em todo o país.
Segundo Marcos, na ausência de uma política linguítica oficial devidamente planejada e fundamentada para combater esse tipo de preconceito, outra, opressora, ocupa esse espaço estabelecendo regras que menosprezam o cidadão brasileiro.
São 08 os mitos do preconceito linguístico:
Segundo Marcos, na ausência de uma política linguítica oficial devidamente planejada e fundamentada para combater esse tipo de preconceito, outra, opressora, ocupa esse espaço estabelecendo regras que menosprezam o cidadão brasileiro.
São 08 os mitos do preconceito linguístico:
- O português do Brasil apresenta unidade surpreendente.
- Brasileiro não sabe português/Só em Portugal se fala o português.
- Português é muito difícil.
- As pessoas sem instrução falam tudo errado.
- O lugar onde melhor se fala português no Brasil é no Maranhão.
- O certo é falar assim porque se escreve assim.
- É preciso saber gramática para falar e escrever bem.
- O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social.
Opondo-se a essas afirmativas presentes na sociedade brasileira Bagno desenvolve o assunto de forma instigante e nos fazendo refletir sobre questões que nunca pensamos ou que se em algum momento nos alertamos para elas, não concluimos nossas reflexões por falta do respaldo de autores e professores sobre a questão.
Marcos crítica editoras, as mídias e professores que utilizando-se de jornais, revistas e televisão sustentam para a população brasileira os oito mitos do preconceito linguístico menosprezando outras formas do brasileiro falar o português.
Nos fala Bagno, da existência de um círculo vicioso que sustenta o preconceito linguístico sendo um deles denominado pelo autor de Comandos Paragramaticais a saber:
Marcos crítica editoras, as mídias e professores que utilizando-se de jornais, revistas e televisão sustentam para a população brasileira os oito mitos do preconceito linguístico menosprezando outras formas do brasileiro falar o português.
Nos fala Bagno, da existência de um círculo vicioso que sustenta o preconceito linguístico sendo um deles denominado pelo autor de Comandos Paragramaticais a saber:
- livros
- manuais de redação de empresas jornalísticas
- programas de rádio e de televisão
- colunas de jornal e de revista
- CD-ROMS e outros mais...
Para ele essas manifestações perpetuam as velhas noções de que "brasileiro não sabe português".
Na última parte do livro Marcos Bagno propõe a desconstrução do preconceito linguístico através de alguns questionamentos e passos a serem desenvolvidos pelos professores, que são:
Na última parte do livro Marcos Bagno propõe a desconstrução do preconceito linguístico através de alguns questionamentos e passos a serem desenvolvidos pelos professores, que são:
- Mudança de atitude;
- O que é ensinar português?
- O que é erro?
- Então vale tudo?
- A paranoia ortográfica.
Marcos propõe a todo momento que os professores pesquisem no campo da linguística para fundamentarem-se contra o preconceito linguístico pois essa será uma luta árdua.
O autor conclui o livro com um anexo que foi uma carta, resposta sua à revista Veja, de nº 1725, de novembro de 2001, quando foi publicada uma reportagem entitulada "Falar e escrever bem, eis a questão", assinada por João Gabriel de Lima. O texto continha absurdos, distorções e acusações grosseiras que deixaram estarrecidos professores e linguístas.
Marcos nessa carta dirige-se ao editor da revista criticando duramente as inverdades ali apresentadas em relação ao suposto mal uso que os brasileiros fazem da língua portuguesa, acusando abertamente professores conservadores, que ele considera ignorantes em relação à linguística, que usam a mídia para criticar os linguítas e suas propostas modernas e avançadas de se trabalhar a gramática e a língua nas escolas, palavras dos ditos professores.
Vale a pena ler e procurar penetrar as reflexões que Marcos Bagno propõe não só aos professores como a toda a população brasileira.
O autor conclui o livro com um anexo que foi uma carta, resposta sua à revista Veja, de nº 1725, de novembro de 2001, quando foi publicada uma reportagem entitulada "Falar e escrever bem, eis a questão", assinada por João Gabriel de Lima. O texto continha absurdos, distorções e acusações grosseiras que deixaram estarrecidos professores e linguístas.
Marcos nessa carta dirige-se ao editor da revista criticando duramente as inverdades ali apresentadas em relação ao suposto mal uso que os brasileiros fazem da língua portuguesa, acusando abertamente professores conservadores, que ele considera ignorantes em relação à linguística, que usam a mídia para criticar os linguítas e suas propostas modernas e avançadas de se trabalhar a gramática e a língua nas escolas, palavras dos ditos professores.
Vale a pena ler e procurar penetrar as reflexões que Marcos Bagno propõe não só aos professores como a toda a população brasileira.
Bagno, Marcos. Preconceito linguístico o que é, como se faz. 52ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.
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