terça-feira, 22 de novembro de 2011

O AZUL DA POESIA - LUIZ LOPEZ


Na sexta-feira dia 18 de novembro, aconteceu a noite de autógrafos do professor, artísta plástico e autor Luiz Lopez que apresentou aos educadores, crianças, jovens, pais enfim à sociedade cataguasense seu mais recente livro: O AZUL DA POESIA.
Luiz Lopez é mais conhecido na região, no Rio de Janeiro e São Paulo como artísta plástico em função das inúmeras exposições coletivas e individuais das quais participou.
Em 1999 ele lançou o livro A árvore-gente, que esgotou e o autor pensa em realizar nova edição.
Nesse momento ele nos brinda com O AZUL DA POESIA que além de poemas de extrema sensibilidade nos oferece lindas ilustrações de colorido intenso induzido o leitor a um estado de alegria.

O evento aconteceu na Casa da Leitura, na Chácara Dona Catarina com a presença de amigos, colegas de trabalho, familiares, estudantes e políticos.

Luiz Lopez autografando e conversando com uma estudante do curso de Pedagogia.

Autografando para o amigo e também autor Ronaldo Werneck.

AMOR INFANTIL
À professora Virgínia Aparecida de melo Bastos Silveira

o seu
olhar passeava
tonto... planava tanto
tanto no céu dos meus olh
os voava com uma vonta
de tão grande tão
grande
vontade de fome vontade pedinte
vontade de grito vontade de
barcos e de cores vontade de
ciranda vontade de flores
vontade de música nas manhãs
vontade de dançar nas tardes
vontade doida de colher o luar
vontade de garimpar estrelas

com tamanha vontade assim
não resisti... não aguentei
saí de mãos dadas com vo
cê e fomos tomar sorvete
sentados em silêncio
no banco da praça
felizes felizes
como se a
vida fosse
feita só
pra n
ós d
ois

Cada poema do livro foi dedicado a um professor ou professora que ao longo desses anos conviveu e ou convive com Luiz Lopez nos corredores, salas de professores, nas escolas por onde estão suas marcas.
Luiz convidou estudantes para declamar alguns dos poemas do livro o que transformou a noite num belo sarau.

Estudantes do curso de Pedagogia declamando para o público presente acompanhadas do som melodioso do violão da professora Paula Todesco.

A E.M.Profª Carmelita Guimarães esteve presente nessa noite poética através de seus jovens contadores de histórias que declamaram.

POEMAS ANIMAIS
À professora Letícia Malvina de Fátima Gonçalves Couto

1- VAGA-LUME

Na noite escura
um vaga-lume
vaga rua
vaga lua
vaga luz
vaga lux
vaga mundo
vaga bundo
vaga fundo

Na noite escura
um vaga-lume deu à luz
uma estrela cadente

2 - BRONCA DE TUCANO

Nosso bico é lindo
Nosso bico é uma curtição
Nosso bico é o maior do mundo ...
Mas é ruim pra burro
principalmente pra beijar

3- AMOR DE PORCO

Espia o amor de porco-espinho:
- Cuidado, bem!
não me aperta com força tal
senão nos espetamos
e acabamos no hospital

Luiz Lopez fazendo os agradecimentos inclusive ao vereador Vanderlei Pequeno criador da Lei Ascânio Lopes que patrocinou a edição desse livro.

Nós agradecemos a Luiz Lopez pelas belezas que nos proporciona através de sua arte seja nos livros ou nas telas. Com certeza O AZUL DA POESIA nos levará de volta ao passado ou nos conduzirá ao futuro num mundo só nosso de magia e encantamento.

O AZUL DA POESIA
Pedidos através de luizlopez@yahoo.com.br
Obra beneficiada pela Lei Ascânio Lopes de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, Esportes e turismo da Prefeitura Municipal de Cataguases - 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Veludosas vozes do Cisne negro

Este é o título de um capítulo do livro POESIA E PRECONCEITO - O preconceito 'nebula' a poesia e a vida de Cruz e Sousa da professora Maria Aparecida Filipe Ferreira (Cida).
O livro é o resultado de longa pesquisa sobre a vida e obra do poeta de Florianópolis João da Cruz e Sousa. Maria Aparecida mostra nessa pesquisa o quanto a vida de Cruz e Sousa em todos os aspectos se viu prejudicada e extremamente sofrida, em função do preconceito racial que imperava no Brasil do século XIX.
De acordo com o professor Joaquim Branco, o interesse de Maria Aparecida pelo poeta aconteceu desde a primeira aula em que a obra e vida de Cruz e Sousa foi assunto analisado pela turma de Letras. Após a aula Cida o procurou para dizer que Cruz e Sousa seria o escolhido para a monografia de final de curso. E Cida manteve seu primeiro pensamento e fala; o livro está aqui para refletirmos junto com a autora sobre esse poeta que é considerado por Roger Bastide um dos três maiores simbolistas da literatura universal; os outros são: Stefan George (alemão) e Mallarmé (francês).

Maria Aparecida apresentando a trajetória de vida do poeta Cruz e Sousa à plateia presente composta por amigos, familiares, filhos, esposo, estudantes do curso de História e cidadãos cataguasenses engajados na luta pela valorização do negro em nossa sociedade.
O lançamento do livro fez parte da Semana da Consciência Negra quando vários eventos estão acontecendo em nossa cidade neste final de semana.
Após a exposição de Cida ouvimos um poema de Cruz e Sousa na voz de Elizete uma das mulheres atuantes nessa luta.

Também tivemos nessa noite a oportunidade de vermos o APNs - Agentes da Pastoral Negros de Cataguases com uma belíssima apresentação de dança.



O grupo de canto e dança APNs é formado por adolescentes e jovens moradores dos bairros São Vicente, Justino e Vila Reis em Cataguases; abrilhantaram a noite de autógrafos da Maria Aparecida F. Ferreira.

VELUDOSAS VOZES DO CISNE NEGRO

Cruz e sousa é o poeta mais importante do Simbolismo no Brasil, embora tenha sofrido muito preconceito e não tenha sido reconhecido por nossos nomes das letras nacionais, inclusive por Machado de Assis. O que se observará neste estudo é toda uma luta de uma pessoa inteligente, íntegra e sonhadora, e que se vê tolhida nos seus mais recônditos anseios, chegando mesmo a ser perseguido em seus projetos pelo simples fato de ser negra, ainda que as veludosas vozes tivessem feito de seus poemas a música de tonalidade mais expressiva de sua época.
Ao estudar a obra Cruz e Sousa e o movimento simbolista no Brasil de Abelardo F. Montenegro, observa-se uma série de equívocos por parte de alguns críticos em relação às obras do poeta, assim como o carinho e o reconhecimento por parte de outros.
Por volta de 1885, a poesia de Cruz e Souza sofria as maiores restrições da parte de críticos preconceituosos e havia aqueles que procuravam, como diziam, colocá-lo em seu devido lugar...

Os escritores franceses, precursores desse novo estilo literário, buscavam uma poesia pura, provinda do espírito irracional e que se opunha a toda a interpretação lógica. Não se escrevia para o leitor entender, e sim para ele sentir. Essa viagem pelo mundo invisível e impalpável do ser humano leva a uma valorização do interior do "eu" lírico. É uma introspecção à procura da transcendência. A poesia simbolista representa o culto pelo mistério, a identificação com a noite e uma relação de intimidade com a dor, expressando o que há de mais profundo no poeta.

Este estudo buscou mostrar a trajetória de um homem que não temia os obstáculos, antes os enfrentava como um guerreiro. Um sonhador, que, por acreditar em um mundo mais justo, por ousar construir esse mundo, foi "emparedado" pela incompreensão e pela hostilidade daqueles que, de tão pequenos, não o alcançaram.
E tudo isso pode ser visto ou entrevisto em sua poesia.
Maria Aparecida Filipe Ferreira.

POESIA E PRECONCEITO - O preconceito 'nebula' a poesia e a vida de Cruz e Sousa
FUNCEC - Fundação Comunitária Educacional de Cataguases
Pedidos através de aparecidafilipe@yahoo.com.br
Obra beneficiada pela Lei Ascânio Lopes de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo da Prefeitura Municipal de Cataguases - 2011

Não posso deixar de citar o delicioso coquetel regado a comidas típicas do interior mineiro: broas e bolos caseiros, frutas diversas, mandioca frita, torresmo, batata doce... Tudo muito saboroso.
Parabéns ao José Otoni e equipe organizadora.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Elisa Lucinda na 2ª noite da FELICA

Na noite de 10 de novembro, a FELICA apresentou no palco da Casa de Cultura Simão, a escritora e atriz Elisa Lucinda.
Essa foi a noite que mais deu ibope, então não era apenas a escritora mas também a atriz, que a Rede Globo às vezes tem em seu quadro de atrizes.

Elisa Lucinda conversou sobre algumas questões sociais, fez comédia deixando a plateia muito a vontade, ensinou a aplaudir com glamour após suas falas. Todos entraram na brincadeira.
Também leu alguns textos próprios apresentando seus livros.
Elisa declamou com a alma emocionando a plateia. Foi um show fantástico.
Concluiu sua fala com o famoso texto próprio Só de Sacanagem.

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Tudo isso que está aí no ar,
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro,
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro
Que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós,
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis
Existem para aperfeiçoar o aprendiz,
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
Venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro,
A luz é simples,
Regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó
E os justos que os precederam:
"Não roubarás",
"Devolva o lápis do coleguinha",
"Esse apontador não é seu, minha filha".
Pois bem, se mexeram comigo,
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear:
Mais honesta ainda eu vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão:
“Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba”
E eu vou dizer:
Não importa, será esse o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre,
Ético e o escambau.
Dirão:
"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram?
IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo
Mas, se a gente quiser,
Vai dar para mudar o final!

Em seguida Elisa Lucinda deu autógrafos e conversou com os fãs. Foi uma noite alegre e a FELICA não acabou, o que é melhor ainda.

sábado, 12 de novembro de 2011

Roseana Murray na FELICA 2011 em Cataguases

Na última quinta-feira dia 10 de novembro, nossa cidade recebeu novamente a autora Roseana Murray através do Festival Literário de Cataguases-FELICA/2011.
O encontro com a autora aconteceu na Casa da Leitura, na Chácara Dona Catarina.
Roseana era aguardada por estudantes, professoras e fãs. Para esperar sua chegada algumas pessoas declamaram alguns poemas dela e contaram suas histórias.

A professora, atriz e diretora de teatro Jaqueline Gouvea foi uma das contadoras de histórias da tarde.

As jovens Camila e Clara, declamando poemas de Roseana Murray.

Logo que Roseana chegou, sem nem mesmo deixar que ela se aproximasse mais de seu público, um repórter da TV Panorama invadiu o espaço cultural para fazer seu trabalho. Eu fiquei por uns momentos sem saber quem era a estrela da tarde: se a Panorama ou a Rosena Murray; tamanha a penetração desrespeitosa dos profissionais da TV com a autora e seu público.
Isso comprovou a fala de Roseana no poema Máquinas quando ela diz:

Agora todos falam
a língua das máquinas.
A TV faz de conta
que o mundo é dela,
é sempre igual,
é o que cabe
dentro dela.

Timidamente eu discordo,
penso que o mundo
é um acorde imenso
de imensas geografias
e diferenças.

Nenhum homem é igual
a outro homem.
E só por esse mistério
a vida
já vale a pena.

Mas Roseana Murray é Roseana Murray, brilhou e brilhou.

Roseana declamando para nós.

Roseana fazendo dinâmicas de leitura com s crianças e jovens.

Estudantes de Pedagogia da FIC-UNIS de Cataguases e crianças delamando junto com Roseana Murray.

Temporal

Na tarde lenta
nuvens se amontoam
no céu
como gado na porteira.
De repente,
o mundo despenca
lá de cima,
líquido.

O vento vira
demônio no terreiro.
O aguaceiro
faz do campo
um oceano.

Depois da chuva,
num coral todo verde,
as árvores agradecem.

Os poemas aqui apresentados estão no livro Paisagens, da editora Lê.
Valeu Geraldo organizador do FELICA; obrigada Roseana Murray.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Encontro com Maria Sóter Vargas- FELICA/2011

FELICA- Festival Literário de Cataguases, teve início hoje a tarde na Biblioteca Ascânio Lopes na Casa da Leitura, localizada na Chácara Dona Catarina.
O primeiro encontro foi com a autora Maria Sóter Vargas que apresentou seu livro Pira-Poré e o rio às crianças das escolas Equipe e José Esteves.

No livro Maria Vargas conta as brincadeiras de um índio curumim nas margens do Rio São Francisco. Vamos ler para conversarmos mais sobre a história?
Na oportunidade levei comigo alguns jovens estudantes da E.M.Profª Carmelita Guimarães que estão iniciando na arte de contação de histórias para conhecerem a autora e ouví-la.

Na ordem somos: Clara, Mateus, Maria, Camila e eu. Foi uma oportunidade valiosa para nós; ainda poderemos vir a ter outros momentos especiais e de aprendizagem com a autora que agora reside em Cataguases.

A autora contando histórias para as crianças presentes que representaram o Colégio Equipe e a E.M.Prefeito José Esteves.
Também houve sorteio de alguns livros para a meninada.

Uma das ganhadoras do livro, do Colégio Equipe.

No final do encontro a autora Maria Vargas agradeceu ao curador literário do FELICA Geraldo Filho, a oportunidade de apresentar Pira-Poré e o rio ao público infantil cataguasense e nos informou que está trabalhando no próximo livro.

Após toda a movimentação das crianças pedindo autógrafos, foi possível conversarmos tranquilamente com a autora. Aproveitei para falar de nossos trabalhos como contadores de histórias de nossa escola(Profª Carmelita Guimarães).

Amanhã teremos Roseana Murray.