Os chineses diziam que uma imagem vale mais do que mil palavras.Nada mais atual, principalmente se constatamos que vivemos não só a época da imagem como a das máquinas que a reproduzem e valorizam.Professores, escritores e profissionais da educação discutem e nada concluem sobre métodos e caminhos que possam tornar mais atraente a prática da leitura para crianças e adolescentes. Especialmente se sabemos que, mesmo com toda a tecnologia existente, ainda é o velho e sábio livro o repositório da informação (leia-se: conhecimento).Por trás de sua magia, que começa pelas palavras organizadas em seqüência, até a beleza de uma capa em cores e o amarrar das páginas na encadernação, existe, por outro lado, toda uma complexa produção industrial.Borges ‘via’ o livro como um objeto mágico, e introduziu-o na matéria de sua ficção, e Umberto Eco, por conta disso, parece ter recriado o célebre autor argentino paradoxalmente como um cego guardião de uma biblioteca em O nome da rosa.Fico imaginando, porém, como tentam atrair o adolescente para a leitura, oferecendo-lhe ou autores clássicos (Camões, Alencar, Eça) ou aqueles modernosos contadores de aventuras bacaninhas e insossas.O leitor iniciante precisa ser introduzido nesse novo mundo e formar o seu gosto a partir do prazer. E nada melhor para isso do que oferecer-lhe – como sugeriu o poeta José Paulo Paes – uma leitura de entretenimento. Essa infelizmente é uma área em que a literatura brasileira não chega a ter uma tradição, como os europeus e norte-americanos, que criaram um hábito nacional.Minhas primeiras leituras situavam-se nesse campo, pois eram todas de sedução. Mas poucos autores faziam essa mágica no Brasil: Monteiro Lobato (o principal), Josué Montello, Malba Tahan, as estórias fantásticas do interior, lendas orientais etc.Quem começar por aí certamente chegará logo aos clássicos e aos contemporâneos. E um bom início pode ser o recém-lançado pela Ediouro O livro de ouro das mil e uma noites, coincidentemente as estórias preferidas das crianças e dos grandes escritores de todos os tempos.
* Joaquim Branco – poeta, crítico, professor da FIC (Cataguases); doutor em literatura comparada pela UERJ, autor de O menino que procurava o reino da poesia (ficção infanto-juvenil), entre outros livros.
3 comentários:
Parabéns, minha linda, por mais está conquista. Inciativa brilhante, visual bacana e o texto do Joaquim como sempre perfeito.
Beijão
Andrea Toledo
Parabéns pelo blog! Acho que pode ser um incentivo bacana para os alunos "se verem" citados na internet!
Estou trabalhando com professores de São Paulo, e vou indicar seu blog ok?
Venha conhecer o meu...
Tudo de bom,
Lilian Starobinas
http://discursocitado.blogspot.com
Andrea e Lilian, obrigada pelo apoio com palavras tão carinhosas.
Estou preparando uma relação de sites para indicar num trabalho com professores e os de vocês estão fazendo parte, pela importância dos assuntos tratados.
Grande abraço a ambas.
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