quarta-feira, 29 de outubro de 2014


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ciência Parapsíquica



JONES, Marie D.Ciência parapsíquica – As Novas descobertas na Física Quântica e na Nova Ciência sobre fenômenos paranormais.Trads. Newton Roberval Eichemberg, Gilson César Cardoso de Sousa. São Paulo: Pensamento, 2008.

Marie D. Jones é filha de geofísico, habituada desde a infância a ouvir os assuntos ligados à ciência em seu ambiente doméstico. É autora de vários livros, é roteirista, pesquisadora e palestrante. Suas obras primam por fazer as ligações entre as ideias transcendentais ou religiosas e as pesquisas científicas buscando a compreensão de tais temas à luz da ciência.
Juntamente com seu filho Max Jones lançou no início do ano o primeiro de vários romances que pretende publicar.

1ª Parte – O psi
Capítulo 1
A primeira pergunta foi Fermi quem fez: OVNIs e a busca de vida inteligente

A autora traça um histórico sobre os discos voadores desde a origem dos avistamentos de OVNIs por parte das pessoas na década de 40 do século 20. Apresenta os supostos posicionamentos do governo dos Estados Unidos da América em relação ao assunto que até os dias atuais não se tornou absolutamente definido e franco. Ela nos lembra que o avistamento de OVNIs não é privilégio de alguma nação uma vez que acontece em todas as partes do globo terreno.
Jones relata nominalmente cientistas que pesquisaram o assunto e ainda na atualidade; o interesse das pessoas comuns pelo tema assim como o envolvimento de algumas com os ETs. Lembra que é a mídia através da imprensa, TV, internet e principalmente o cinema quem mais divulga o tema.
Cita Valtée como um dos poucos cientistas que pesquisa a sério o assunto e chegou à conclusão após anos que os ONVIs poderiam estar vindo de outras dimensões do continuum do espaço-tempo.
Outros homens de ciência estiveram no fim do século 20 projetando ideias sobre o tema ampliando mais e mais as possibilidades de contato e interação entre os seres humanos e os tripulantes dos OVNIs.

Capítulo 2
Espetáculos espectrais: fantasmas,poltergeists e coisas que aparecem de noite[...] e de dia.

Neste capítulo a autora narra algumas experiências pessoais com fantasmas ainda na juventude; em seguida faz um apanhado de relatos de comunidades, amigos, jornais e caçadores de fantasmas sobre localidades onde são registradas histórias envolvendo aqueles que já foram para o além através da morte.
Jones explica os fenômenos “poltergeists” de acordo com os pesquisadores e apresentando casos, autores do tema, livros e algumas possíveis explicações para o fenômeno.
Esclarece também aqui sobre criptozoologia ou seja, o estudo bizarro sobre monstros macabros que aparecem em alguns lugares assustando ou mesmo matando pessoas. Ela lembra o pensamento de Jung e Vallée que apresentam a possibilidade de o inconsciente coletivo produzir juntamente com a energia física, fenômenos físicos que atuam e se comportam ‘paranormalmente’.

Capítulo 3
Um mergulho no vazio: vórtices de energia e zonas de alto grau de estranheza.
 
Nesse capítulo a autora dedica-se a relatar e buscar explicações para alguns pontos do planeta como o Triângulo das Bermudas e o Mar do Diabo, locais onde ocorrem desaparecimento de navios inteiros com suas tripulações  sem deixar vestígios. Ela cita a teoria de Ivan Sanderson, biólogo profissional, chamada de “vórtices perversos”, onde enumera 11 localidades do planeta, inclusive no Oceano Atlântico ao lardo do Rio de Janeiro, no Brasil. Segundo o biólogo nesses lugares acontecem comportamentos anômalos provocando o desaparecimento de objetos e animais.Jones abre espaço para a reflexão sobre possíveis viagens curtas ou não, a outras dimensões através desses vórtices, linhas de força, neblinas e outros

Capítulo 4
A Mente, o Ilimitado: PES, visão remota e outros assuntos do tipo Mente-Afeta-Matéria

Aqui Jones apresenta a parapsicologia com seu objeto de estudo que são dentre outros fenômenos a premonição, o acontecimento antecipado dos fatos; a clarividência, a capacidade de ver  acontecimentos que ocorrem em locais distantes de quem está tendo a visão; EQM, experiências de quase morte; memória de vidas passadas.
Cita algumas pesquisas com resultados favoráveis quanto ao assunto, deixando claro que não há aceitação absoluta desses resultados.
Sobre a visão remota ou clarividência a autora faz comentários sobre os anos em que a técnica foi usada pelo governo americano para investigações da CIA.
Outra técnica que aborda com pouquíssimas informações são as lembranças de vidas passadas que embora com uma variedade de significativa de relatos, pesquisadores evidenciam a falta de métodos científicos para demonstrar com completa evidência a veracidade dos relatos.
A EQM e EFC é outro caminho de pesquisa sem maiores aprofundamentos e que a autora ventila a possibilidade de adentrarmos a universos paralelos vividos por nós onde as realidades se cruzam num determinado ponto vindo mesmo a interagirmos nos universos inclusive com objetos inanimados produzindo alterações nos mesmos, como por exemplo causar falhas num computador.
Sobre  a precognição ou a capacidade de ver o futuro, embora muito popular, a autora reflete sobre a difícil compreensão dessa possibilidade uma vez que a visão refere-se a algo que está no futuro. Sobre isso busca compreensão no tema “Energia da alma” que é ensinada por Edgar Cayce como o reservatório de todas as informações sobre o passado, o presente e o futuro. É também denominado de “Mundo espiritual”, tão real quanto o mundo físico e nele estão guardadas todas as informações e tendo a mente condições de observar essa energia trazendo dela informações.
Outro fenômeno que muito chama a atenção do mundo científico é a “Psicocinesia” ou seja, a mente sendo capaz de manipular ou transportar objetos. Jones cita um protótipo criado o REGs, gerador de acontecimentos aleatórios. A captação da energia desses geradores apresenta-se em linha reta, porém sempre que fatos marcantes historicamente estão por acontecer o gráfico sofre alterações significativas de energias captadas. Como exemplos temos:
-06/09/1997 = bilhões de pessoas pranteando a morte da princesa Diana.
-11/09/2001 = ataque terrorista às torres gêmeas nos EUA. Dentre outros fenômenos.
Os cientistas desdenham essas pesquisas e os parapsicólogos acreditam que a pesquisa sob condições de controle científico pode produzir uma aceitação mais ampla do fenômeno.

2ª Parte – A Ciência
Capítulo 5
Física quântica 101: Surfistas entrelaçados não-localmente pegam uma função de onda em colapso.

Jones inicia o capítulo apresentando a evolução da física desde Isaac Newton que estabeleceu os alicerces da ciência da mecânica ao reconhecer a gravitação como força fundamental que controla os movimentos dos corpos, passando por Max Planck na sua “Constante de Planck”, ou seja, todo quantum tem uma constante/fixa de ação; marcando o verdadeiro início da física quântica; Albert Einstein ampliou esse pensamento apresentando o fóton – o quantum de energia luminosa evoluindo para a dualidade de onda-partícula, estabelecendo que partículas subatômicas e ondas eletromagnéticas não são elementos tão distintos e definidos em seus papeis podendo inverter suas atuações.
Posteriormente é apresentado por Heisenberg o “Princípio da Incerteza”, isso devido a mecânica quântica trabalhar com a probabilidade; decididamente um objeto observado não tem um valor definido, ele está sob a intenção ou vontade do observador.
A autora trabalha com as variadas interpretações dos “Muitos mundos”, que são as possibilidades de ações dentro de um fato, dando campo à interpretação de que essas inúmeras possibilidades cria ao nosso redor mundos paralelos com as decisões que não tomamos
Aqui e agora  e supõe que não temos acesso a esses mundos por ocuparem o mesmo espaço e tempo que nós.
Ela apresenta a divergência existente entre Einstein e físicos que pesquisavam a versão da física quântica,  principalmente em relação ao papel fundamental que a aleatoriedade desempenha na mecânica quântica ou seja, o Princípio da Incerteza de Heisenberg. Porém, após 30 anos de debates, o físico teórico John S. Bell, provou que a não-localidade estava correta: tudo está ligado em tudo.

Capítulo 6
Um universo em cada esquina ou “Socorro!, há uma supercorda holográfica em minha membrana!”

Nesse capítulo a autora apresenta as mais variadas teorias acerca de universos paralelos. Nessa perspectiva sugere-se a existência de infinitos mundos com infinitas cópias nossas. Essas cópias apenas se diferem pelas escolhas que fazemos vindo a desdobrar-se em novos universos e mais cópias. Alguns físicos teóricos pensam que a ideia de vários universos é de mais fácil compreensão que a ideia de um universo único com dúvidas tais como:
-Todos os universos permitem o surgimento de vida inteligente?
-Nosso universo estará produzindo outros universos?
Alguns cientistas chegam a sugerir a existência de Deus ou mente inteligente para determinar ou não a vida nesses universos porém, outros ridicularizam esse princípio.
Também nos apresenta a teoria do físico Alain Aspect, denominada de entrelaçamento. Nessa proposta partículas subatômicas comunicam-se instantaneamente entre si, independente da distância que as separa. Assim acredita-se que tudo está em tudo não existindo separações. Nessa perspectiva o universo seria um holograma enorme e complexo sendo que qualquer fragmento deste contém toda a informação original. Assim pode ser explicado certos fenômenos da natureza tais como: telepatia, psicocinesia, ação da mente sobre a matéria e outros.

Capítulo 7
Sempre para cima e sempre em frente! Além da quinta dimensão.

Jones trabalha nesse capítulo sobre a teoria das “Dimensões” além desta tridimensional em que vivemos: largura, altura e profundidade; apresenta o tempo somo sendo a quarta dimensão e dentro do tempo a existência da quinta dimensão. Propõe também que nosso cérebro é programado para reagir a objetos de até três dimensões, sendo isso o que o nosso estágio evolutivo necessita mas nada impede que no futuro essa necessidade mude.
Questiona-se aqui o tempo e sua real existência ou porque não ser o produto de nosso cérebro consciente para dar sentido aos acontecimentos e medir nossa presença sobre a Terra.

Capítulo 8
O Campo de todas as possibilidades: Energia do ponto zero e guerra à gravidade.

É tratado aqui do instigante tema CPZ – Campo do Ponto Zero, teoria que propõe que o vácuo do espaço é repleto de partículas gerando energia existente por toda parte do universo unindo ou repelindo os elementos. Esse campo é invisível aos olhos e fonte de ilimitado potencial de energia gratuita.
Há empresas aeroespaciais apresentando projetos de captação da EPZ- Energia do Ponto Zero, para sustentação da vida nas casas, dos veículos, empresas, etc.

3ª Parte: A Ciência parapsíquica
Capítulo 9
Você pode chegar aqui vindo de lá: buracos-de-minhoca, dobras do tempo e paradas interdimensionais para caminhões.

No presente capítulo a autora discorre sobre a possibilidade de viajarmos entre os mundos paralelos através dos Buracos-de-minhoca sabendo que supõe-se dois tipos:
1-Intra-universais: conectam uma parte do Universo A com outra parte do Universo A.
2-Interuniversais: conectam uma parte do Universo A com outra parte do Universo B.
Um buraco-de-minhoca tem pela entrada  um buraco negro e para saída um buraco branco; sendo que não se sabe  o que acontece com a matéria que penetra um buraco negro. Tudo isso é teoria.
Outro item abordado é o tipo de civilização que se encontraria nessas viagens. Michio Kaku afirma num artigo que o “erro fundamental” que as pessoas mais cometem ao refletir sobre inteligências extraterrestres é supor que elas são exatamente como nós embora estejam alguns séculos à nossa frente.
Cita alguns autores criadores de teorias sobre a possibilidade de realização dessas viagens criando campos gravitacionais conduzindo as naves pelos universos. Um obstáculo fundamental para que essas viagens aconteçam é a extração da Energia do Ponto Zero para abastecer uma máquina para tal viagem. Existem pesquisas com esse propósito, porém obtiveram pequenas doses dessa energia. Devido a interesses econômicos por parte dos envolvidos com as empresas de petróleo e gás natural, verbas para tal pesquisa são escassas.
Outro assunto instigante que os buracos-de-minhoca nos conduz é a possibilidade de viajarmos entre o presente, o passado e o futuro; tema que foi amplamente abordado no século vinte pelo cinema e pesquisado em laboratório desde Marconi e Edson.

Capítulo 10
Ressonância: nado sincronizado no mar quântico.

Em fins da década de noventa o físico Paul Steinhart cunhou a palavra “quinta-essência, referindo-se a uma matéria escura ou campo misterioso no universo exercendo pressão negativa alterando a expansão impedindo prever com precisão o destino do universo.
De acordo com o físico David Bohn essa energia atuante no universo, é condutora de matéria visível e invisível onde habita a matéria e o espírito. Nesse universo existem vibrações dinâmicas de energia pura como base para criação de matéria e servindo de portal para onde circulam os fantasmas, os OVNIs e as habilidades psíquicas.
Um dado importante para que ocorra a captação dos diversos campos energéticos estabelecendo comunicação entre eles é a ressonância, definindo uma sintonia entre as realidades tornando possível a percepção de outras dimensões.
Pesquisas em camundongos doentes e moribundos foram  realizadas na década de cinquenta do século passado, tentando mostrar a possibilidade dos corpos absorverem energia orgônica para restabelecimento da saúde. Acredita-se que esse campo pode ser manipulado promovendo bem-estar físico. Essa energia tem semelhança com a energia “ki” dos orientais que prima pela aquisição do equilíbrio da energia vital como condição primordial para o bem-estar mental, espiritual e físico.
Outro assunto comum à ressonância é o déjà vu, que é a capacidade de captarmos informações passadas ou futuras de nossas experiências mesmo por poucos minutos. É a possibilidade de vaguearmos por outras realidades acreditando a autora ser extremamente benéfico que não sejam viagens longas por nosso cérebro não ter estrutura para tantas informações sendo possível comprometermos nossa sobrevivência.

Capítulo 11
Mente cósmica, mente consciente: consciência, percepção e o poder do observador.

Citando pesquisas variadas a autora analisa o quanto a consciência participa das perspectivas. Como assim? A consciência é a chave da experiência se fazendo conhecida para os mundos interior e exterior, captando informações arquivadas no tempo tanto passado quanto futuro. Como exemplo Jones cita os casos em que pessoas perdem os aviões em que viajariam, em seguida esses aviões explodem no ar; pessoas que deliberadamente não saíram de casa no dia do ataque terrorista em 11 de setembro de 2001.
Por essa porta entidades como os fantasmas ou OVNIs ingressam em nossa consciência porque descobriram o mecanismo operacional que lhes possibilita essa comunicação. Supõe-se que a consciência cria uma realidade e que muitas vezes tornam-se experiências compartilhadas vindo a ocorrer uma onda de fatos percebidos por várias pessoas durante um tempo, podendo ser OVNIs, fantasmas, poltergeist, etc.
No pensamento de alguns teóricos nossa consciência é responsável não só por modelar nossa percepção, mas também por criar a nossa realidade. De acordo com o físico Peter Russel em seu livro Da ciência até Deus: O mistério da consciência e o significado da Luz, “o que tomamos por realidade é simplesmente a maneira particular pela qual a mente humana vê e interpreta o mundo físico.”
De acordo com algumas pesquisas as percepções do observador guarda relação direta com seus valores.

Capítulo 12
O que está no alto é como o que está embaixo: sabedoria antiga e ciência moderna.

Neste capítulo Jones cita filosofias sobre a Criação ditadas por religiões antigas em diferentes países explicando a origem do universo e da vida terrena; compara os textos antigos com as pesquisas dos cientistas da física quântica e teórica estabelecendo as conexões entre o pensamento religioso e o científico. Também apresenta algumas experiência psi durante sua vida.

Epílogo
O que os sonhos poderão vir a ser.

Marie Jones conclui refletindo sobre os caminhos das pesquisas científicas, a velocidade das alterações das teorias apresentadas ao mundo científico; teorias essas de um passado mais distante aos dias atuais.
Concluiu seu pensamento com o real raciocínio de que ninguém sabe tudo mas todos sabemos alguma coisa; físicos, estudiosos da paranormalidade, religiosos, cada um sabe alguma coisa  em acordo com sua área de pesquisa e atuação.
Acredito da sapiência de suas palavras e na necessidade do respeito e valorização da e entre as diferentes linhas de pesquisas e pensamentos do ser.

Obs.: Obra estudada no Curso Terapia Lumni com as terapeutas Carmem Farage e Bárbara Bastos.